Comentários

(9)
Dímitri Molina, Estudante de Direito
Dímitri Molina
Comentário · há 3 anos
1
0
Dímitri Molina, Estudante de Direito
Dímitri Molina
Comentário · há 8 anos
Particularmente eu sou contra essa posição puramente normativista. Partindo desse pressuposto, de que porque é lei deve ser cumprida que se justificaram os nazistas quando foram caçados no pós guerra: havia leis anti semitas e eles as cumpriam. Completamente injustificável, ainda que muitas atitudes dos nazistas tenham tido respaldo em lei.

Uma lei que fere uma sociedade inteira não muda por ser respeitada. Uma lei inapropriada muda quando é desrespeitada de tal forma que entende-se inadequada, inútil, pois o Direito não é essencialmente norma, é muito mais complexo e é tridimensional (fato, valor e norma).

Derrubar a CF foi um abuso de linguagem, como se inúmeros preceitos estivessem sendo violados, quando se refere prioritariamente ao art.
da CF, inciso LVII.

A questão vai muito mais além do que gostar ou não gostar de um inciso, ela diz respeito ao abuso desse direito que, por sua vez, diz respeito à sanção tardia, podendo por em risco a segurança pública nesse meio tempo, que é longo para a questão que estamos abordando aqui.

1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1988. Não me parece que somos um povo que costuma acertar muito em suas constituições. Somente nesta última, 91 emendas constitucionais desde sua criação.

Se por um lado o inciso LVII garante presunção da inocência até o trânsito em julgado, por outro não especifica por quantas instâncias o processo deve transitar. Uma EC cairia bem, ao trocar a redação "transitado em julgado" por "condenado em segunda instância", isto é, longe de abolir a presunção da inocência, mas tornando-a adequada a nossa realidade contemporânea. Quando o Legislativo proporia isso? Nunca. Quando aprovaria isso? Nunca.
1
0
Dímitri Molina, Estudante de Direito
Dímitri Molina
Comentário · há 9 anos
Olá, Andre.

Eu não acredito que o doutorado em ciências sociais seja mais fácil que um em exatas. Vejo como competências muito distintas e objetivos mais ainda. Dentro da física boa parte dos doutorados são puramente teóricos e nada práticos. A exemplo disso temos a física de buracos negros em que, a cada 6 meses aparece um acadêmico dizendo que provou a sua existência ou inexistência e fica o 'dito pelo não dito'. Montanhas de equações são evidências de um fenômeno natural, porém não existem provas, em seu sentido absoluto, em ciência. Por exemplo, as próprias leis de Newton compõem um conjunto de leis falsas, que durante séculos forma consideradas a verdade mais absoluta do universo, não passando hoje de uma aproximação conveniente para sistemas de baixa energia. Toda a mecânica newtoniana foi substituída pela relativística e, seu erro foi demonstrado por experimentos. Curiosamente isso não torna a relativística uma verdade, apenas é o melhor modelo que temos hoje e o qual não conseguimos medir erros. Muito provavelmente Einstein cairá em descrédito daqui há algum tempo, que pode ser curto ou longo. Mas tudo isso é assunto de Epistemologia, o que não gostaria de alongar. Estou dizendo tudo isto para chegar ao seguinte raciocínio:

É verdade que em humanidades não se prova uma tese de forma indubitável e irrevogável como nas exatas, pois lá há o apoio da matemática e a repetição de experimentos. Mas apesar de a matemática não falhar, as premissas falham, o que leva uma teoria científica a cair em erro. Ou seja, mesmo provando numericamente não significa uma prova de realidade. Dessa forma, algumas ciências sociais possuem mecanismos próprios de sustentar teses, que parecem não serem precisos como a matemática, e de verdade, não são. Isso não faz com que seja mais difícil fazer um mestrado em engenharia do que em humanas. As ciências sociais não costumam seguir modelos matemáticos devido à dificuldade de se fazer experimentos com pessoas, e, por conta de que para se ter um experimento decente seria necessário um número enorme de pessoas para que se tivesse um espaço amostral justo. Além disso, os experimentos levariam um tempo considerável e não são viáveis. Há nobres tentativas de se obter modelos matemáticos usando estatísticas históricas, como é o caso da Econometria, mas não podem ser reproduzidas novamente com os mesmos parâmetros fazendo, assim, com que haja um buraco científico.

Não acho que um mestrado em Engenharia Mecânica seja mais difícil que um mestrado em Direito ou Jornalismo. Acho que exigem o mesmo tanto de trabalho, porém são dois tipos de trabalhos diferentes: no primeiro você deve sustentar sua tese com cálculos e dados obtidos de experimentos; no segundo você deve sustentar sua tese com dados históricos e raciocínio filosófico. Uma pós-graduação é sempre difícil, no entanto sempre existem teses e dissertações fáceis de se sustentar, seja nas exatas ou humanas. Com certeza alguém que gosta da coisa vai querer defender uma dissertação ou tese difícil, por conta do desafio e aprendizado, mas devo dizer que há mestrados em engenharia, computação, física que tratam de temas irrelevantes e só servem para obter o título e seus privilégios para com a Academia.
1
0
Novo no Jusbrasil?
Ative gratuitamente seu perfil e junte-se a pessoas que querem entender seus direitos e deveres

Outros perfis como Dímitri

Carregando